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quinta-feira, setembro 14, 2006

Pedaços de Nós (E dos Outros)

O ser humano é o enigma mais incrível...

Onde termina o Eu e começam os Outros?

Apresento-me com o meu nome, idade e o que faço e estes são os primeiros índices que me validam como distinta dos demais.

Mas quando se fala de individualidade e da sua origem, é curioso reparar em como o que somos hoje se traduz num conjunto de pedaços integrados do que fomos colhendo dos outros, ao longo do percurso. Expressões, crenças, posturas...

Desde o nascimento que aprendemos a interagir com o mundo e a inserirmo-nos nele, imitando. O processo torna-se de tal ordem automático que por vezes não é fácil perceber porque reagimos sempre da mesma forma em determinada situação ou porque nos tornamos cada vez mais parecidos com as pessoas com quem convivemos.

Identificamos nos outros qualidades que julgamos não possuir ou que ainda não recordámos que existem dentro de nós, e isso torna-os alvos de desejo e contemplação. Mas o processo funciona para o bem e para o mal, e os padrões negativos também são replicados.

Então, como dizer o que é nosso e o que é dos outros?
Acredito que nascemos com traços inatos e que a personalidade se molda em torno deles, consoante o que experienciamos.

E se existem tantos pormenores nossos que derivam do contacto com os outros, merece a pena reflectir sobre o tipo de outros que escolhemos para integrar o nosso círculo. "Separar o trigo do joio" não implica necessariamente discriminar e excluir, mas antes escolher conscientemente que tipo de pessoa se quer ser, em que sentido se escolhe evoluir.

Somos como que uma mescla de tecidos mais ou menos bonitos, melhor ou pior cozidos uns aos outros. Os pedaços de nós, que são também pedaços dos outros, distinguem-nos e unem-nos. Quase se poderia dizer, ao andar na rua: "Olha, ali vai a minha orelha" ou "Toma lá o teu sapato fedorento, já não me serve."

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